Diagnóstico da sepse: custo é barreira para uso da biologia molecular

By Thais Abrahão,

sepse

O diagnóstico da sepse, mais conhecida como infecção generalizada, é um enorme desafio no Brasil. A sepse é uma doença cujos sintomas são comuns, como febre, dificuldade para respirar e pressão baixa, mas que escondem o principal responsável por óbitos nos hospitais atualmente: são mais de 400 mil casos relatados no País por ano, dos quais 240 mil fatais. A taxa de mortalidade varia de 30% a 60%.

Neste cenário, o diagnóstico da sepse, de forma rápida, tornou-se imprescindível na missão de salvar vidas, porém existe o mito de que ferramentas modernas de microbiologia, como testes de diagnóstico rápido, são “caros”. No setor de saúde, o uso de soluções como estas são um caminho sem volta, na opinião da Dra. Maria Rita Elmor de Araújo, médica Patologista Clínica, responsável pelo Setor de Microbiologia do Laboratório de Microbiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. “As ferramentas de diagnóstico rápido da sepse baseadas na microbiologia molecular irão mudar os paradigmas e farão cada vez mais parte do dia a dia das equipes médicas.”

“Sabemos que também em saúde a questão financeira é importante. Há ferramentas interessantes e rápidas para o diagnóstico da sepse e de outras infecções. Entretanto, existe uma barreira: como custeá-las. Elas parecem mais onerosas do que uma hemocultura normal ou do que as metodologias tradicionais, porém, trata-se de uma evolução que reflete diretamente no diagnóstico mais preciso e no uso adequado de antibióticos”, diz a médica.

“Precisamos mudar o paradigma de que a microbiologia é cara, pois muito mais dispensiosa é a demora ou a imprecisão no diagnóstico da sepse, que poderá vir a diminuir a eficácia do tratamento, aumentar o uso indiscriminado de antibióticos, o tempo de internação e de recuperação do paciente.”

Importância do fator humano

A médica reforça a necessidade de aliar as ferramentas de diagnóstico da sepse ao protocolo de tratamento empírico. “Os hospitais devem ter no seu armamentário terapêutico os antibióticos que estejam de acordo com o protocolo e com a epidemiologia de cada instituição. A partir de um resultado rápido e preciso, você consegue otimizar o tratamento com o uso menos abusivo possível de antibióticos, com as ferramentas mais específicas, e que tenham menos impacto na microbiota. Isso diminui custos e garante maior qualidade à assistência”, avalia.

Assim, mesmo com toda a tecnologia, o fator humano segue essencial no diagnóstico da sepse. “A educação constante dos profissionais de saúde faz diferença, para que os indivíduos entendam que a coleta de exames de microbiologia, desde hemocultura, qualquer deles, tem de ser bem feita, porque essa coleta bem feita vai trazer um diagnóstico mais preciso.”

No caso do diagnóstico da sepse, o protocolo deve incluir a coleta de hemoculturas, no mínimo dois pares, por episódio infeccioso. No caso de pacientes adultos, esses pares devem ser coletados de amostras diferentes, em duas ou três punções diferentes, cada uma com cerca de 20 ml de sangue. Para os pacientes pediátricos, é possível colher apenas o frasco aeróbio, até por uma questão de restrição de volume de sangue, e aí opta-se por colher uma ou duas amostras de coleta.

“A coleta de hemocultura é um exame muito importante porque se você contamina, isso leva a um resultado falso positivo, e também ao uso excessivo ou desnecessário de antibióticos. Então precisa investir nas pessoas e no tratamento para obter o melhor diagnóstico”, completa.

Tecnologia de apoio ao diagnóstico

A bioMérieux, empresa francesa líder mundial em diagnóstico in vitro, oferece no Brasil uma solução completa de combate à sepse, que abrange detecção e identificação de microrganismos. A rapidez é crucial para o tratamento correto ao paciente, especialmente para infecções graves, tais como infecções do fluxo sanguíneo, que podem progredir para sepse grave.

A família de produtos do BacT/ALERT inclui sistemas de detecção microbiana automatizada que oferecem vantagens em todas as dimensões para a realização do teste de hemocultura, entre elas segurança e precisão. Eles proporcionam ambientes ideais para a detecção de uma ampla gama de microrganismos, incluindo bactérias e fungos. Tudo isso em uma única plataforma inovadora que reúne um sistema compacto, modular e flexível.

O sistema BacT/ALERTusa meios para uso com sangue e fluidos corporais estéreis. A tecnologia colorimétrica única supera outras tecnologias, reduzindo falsos negativos, e o design do frasco de camada tripla garante ambiente adequado para a recuperação confiável de microrganismos.

Film Array

Já o sistema FilmArray é capaz de detectar e diferenciar, em apenas uma hora, por meio de painéis, vírus, bactérias, protozoários e fungos que causam dezenas de doenças, entre elas a sepse. Em muitos casos, os testes convencionais demoram 24 horas ou mais para fornecer as informações. O equipamento está disponível no Brasil e possui o registro na Anvisa.

Trata-se de uma técnica de biologia molecular, que consiste em uma estação de trabalho, na qual é inserido o painel, uma espécie de cartucho a vácuo, com diferentes reservatórios, onde ficam os reagentes. Nele é injetada a solução de hidratação com uma seringa e depois a amostra a ser analisada.

Finalmente, por meio da técnica chamada Multiplex PCR, em que um fragmento específico da molécula de DNA é amplificado milhares de vezes em curto espaço de tempo, os microrganismos presentes são identificados pelo Software FilmArray e dão origem aos resultados da amostra. Todo o processo leva apenas uma hora para ser concluído.

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Saiba mais sobre diagnóstico da sepse: https://www.biomerieux.com.br/diagnostico-clinico/solucoes/sepse

Jovem Pan News

By Thais Abrahão,

Entrevista da Dra. Valquiria Furlani, gerente jurídico do Sindilojas-SP, para a rádio Jovem Pan AM, programa Jovem Pan News (08/10), sobre o uso de aplicativos de mensagens, como o Whatsapp, no trabalho, que deve respeitar limites da relação entre empregado e empregador.

 

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