Especialista orienta sobre uso adequado do álcool gel
SÃO PAULO, ABRIL de 2020 – O uso adequado do álcool gel é a única e mais eficiente forma de higienizar as mãos e impedir o contágio pelo novo coronavírus? Desde o diagnóstico dos primeiros casos de Covid-19 no País, teve início uma corrida aos supermercados e farmácias por álcool gel. Tanto que o produto ainda está em falta em muitos estabelecimentos e o consumidor viu o preço do produto explodir.
Especialistas em Microbiologia Industrial da bioMérieux, empresa francesa líder no segmento de microbiologia industrial e segurança alimentar, convidaram o Dr. Eneo Alves da Silva Jr., sócio-diretor da CDL – Central de Diagnósticos Laboratoriais, Mestre e Doutor em Microbiologia e Higiene de Alimentos e Consultor da Anvisa para assuntos regulatórios, para tirar algumas dúvidas mais comuns a respeito do uso adequado do álcool gel:
- O uso do álcool gel 70% dispensa a lavagem de mãos?
Dr. Eneo: A lavagem das mãos com água e sabão, detergente ou sabão bactericida, de preferência água quente, é mais eficaz que a ação do álcool 70% em gel. O uso do álcool em gel não dispensa a lavagem das mãos.
- É possível produzir álcool gel 70% em casa?
Dr. Eneo: O álcool em gel é um produto formulado industrialmente, pois sua concentração que deve ficar entre 68 e 72%, para que não perca o poder microbicida (bactericida e viricida). Além disso, para ser em gel devem ser adicionados produtos adequados para essa finalidade, caso contrário pode interferir no poder antisséptico do álcool.
- Extrapolando os conhecimentos e a ciência, há quem alegue que o uso do vinagre tem ação antisséptica. Ele é eficaz na higienização das mãos, superfícies e alimentos, como hortifrutis?
Dr. Eneo: O vinagre é um tempero ácido vendido para consumo e não é considerado um produto desinfetante nem antisséptico. A sua ação em alimentos é devido ao pH baixo, sendo utilizado como controle do metabolismo para evitar a multiplicação microbiana. Na higienização de vegetais, ele é recomendado como finalizador na água de enxágue, após a ação desinfetante do cloro. O vinagre tem o poder redutor de micro-organismos, por agir nas fímbrias das bactérias, promovendo sua redução nos vegetais crus (hortifrutícolas), mas não tem ação adequada na higiene das mãos e de superfícies, assim como não existe recomendação legal para sua utilização.
- Ao se utilizar o álcool 70%, seja líquido ou em gel, há necessidade de friccionar o local ou as mãos para que se obtenha a ação devida?
Dr. Eneo: O álcool tem duas formas de aplicação, em gel para as mãos e líquido para superfícies. A melhor ação antisséptica do álcool 70% em gel é aplicar nas mãos secas após a lavagem com água e sabão, aguardando que as mãos sequem naturalmente. A gordura e os ácidos graxos das mãos fazem uma barreira de proteção, diminuindo o poder microbicida do álcool. Não se deve utilizar álcool em gel nas superfícies.
Já o álcool 70% líquido tem ação desinfetante em superfícies e também como antisséptico nas mãos. Como todo desinfetante, deverá ser aplicado nas superfícies lavadas e secas. Borrifando o álcool e deixando secar naturalmente, seu poder microbicida (bactericida e viricida) se faz em três a quatro minutos. Não é recomendado fazer a ficção com panos porque o álcool evapora mais rápido e perde o poder microbicida.
- Afinal, como fazer uso adequado do álcool gel? Ter álcool sempre à mão, na bolsa, em balcões é realmente eficaz e necessário?
Dr. Eneo: Como dissemos, o álcool 70% em gel tem sua ação antisséptica adequada quando aplicado nas mãos secas, após a lavagem com água e sabão. Ter o álcool em gel nas bolsas ou em todos os lugares, mas aplicá-lo nas mãos sem que estejam lavadas vai reduzir o seu poder microbicida. Ele funcionará mais como antissepsia psicológica, ainda que seja melhor do que nada.
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Sobre a bioMérieux
Há mais de 55 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.
A bioMérieux está presente em 43 países, com mais de 11.200 colaboradores e fornece para mais de 160 países com o apoio de uma grande rede de distribuidores.
Em 2018, as receitas atingiram 2,4 bilhões de euros, com mais de 90% das vendas internacionais.
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