Resistência antimicrobiana é tema de campanha de alerta
SÃO PAULO, NOVEMBRO de 2024 − Causas relacionadas à resistência antimicrobiana (RAM) mataram mais de 171 mil pessoas no Brasil em 2019, segundo uma análise do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (Institute for Health Metrics and Evaluation, IHME) da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington. Globalmente, o número de mortes relacionadas à resistência antimicrobiana (RAM) deverá atingir 10 milhões por ano até 2050.
Apesar desses números chocantes, 1 em cada 3 adultos não sabe o que é a resistência antimicrobiana (RAM), e 48% não sabem que a sepse é uma complicação potencial (a reação exagerada grave do organismo a uma infecção). Muitas pessoas não sabem que a forma como tomam e descartam os antibióticos pode agravar a crise da resistência antimicrobiana (RAM) em todo o mundo.
A fim de ampliar a conscientização sobre a resistência antimicrobiana, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) lançou uma nova campanha nesta Semana Mundial de Conscientização sobre a resistência antimicrobiana (RAM), que irá até 31 de janeiro de 2025, intitulada “Não tome de forma errada”, em colaboração com a Sepsis Alliance e a UK Sepsis Trust, que visa a ajudar as pessoas a compreender como as suas ações podem ajudar a enfrentar o desafio crescente da resistência antimicrobiana (RAM).
“A resistência antimicrobiana (RAM) não é um problema futuro, ela está presente hoje. Sem antibióticos eficazes, o tratamento da sepse torna-se extremamente difícil”, afirma a Dra. Daniela Carla de Souza, médica pediatra e presidente do ILAS.
Segundo a especialista, o Brasil tem altas taxas de uso de antibióticos e, embora importante, nem todo uso é seguro ou necessário. “A campanha vai ajudar as pessoas a compreenderem os passos diários que podem adotar para utilizar os antibióticos de forma adequada. Isso inclui verificar com o médico se eles realmente precisam de antibióticos, terminar o tratamento completo conforme prescrito e descartar os antibióticos de maneira responsável”, reforça.
“A resistência antimicrobiana (RAM) é um problema sério que, como mostram as pesquisas, não é de conhecimento de parcela significativa das pessoas. O número de mortes relacionadas à resistência antimicrobiana (RAM) é elevado no Brasil, por isso devemos educar a população sobre como tomar – e também descartar – adequadamente os seus medicamentos, para garantir um futuro mais saudável para todos nós”, alerta a Dra. Flavia Machado, médica especialista em medicina intensiva e coordenadora geral do ILAS.
Sobre RAM e sepse
Os antimicrobianos são uma categoria de medicamentos utilizados para prevenir e tratar infecções em humanos, animais e plantas. Eles incluem antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.
A resistência antimicrobiana (RAM) ocorre quando bactérias, fungos, parasitas ou vı́rus evoluem de uma forma que torna os medicamentos ineficazes contra eles. Isto leva a infecções resistentes aos medicamentos, que se tornam muito mais difı́ceis (se não impossı́veis) de tratar e curar.
O aumento global da resistência antimicrobiana (RAM) também leva a um aumento de condições potencialmente fatais, como a sepse, que é uma reação exagerada e grave do organismo a uma infecção.
Sobre a campanha “Não tome de forma errada”
A campanha “Não tome de forma errada” foi concebida para educar e aumentar a consciencialização sobre a resistência antimicrobiana (RAM) e sobre como os indivíduos podem agir na sua vida cotidiana. As três questões principais da campanha são:
– Verificar com o médico se realmente é necessário tomar antibióticos. Eles não são para todas as doenças e não funcionam para infecções virais.
– Terminar o tratamento completo e tomar sempre exatamente como prescrito. Quando o tratamento é interrompido ou o paciente não toma o antibiótico na dose correta e na hora correta, corre o risco de torná-los ineficazes para todos.
– Eliminar os antibióticos não utilizados de forma responsável e nunca partilhar os seus antibióticos com outra pessoa. Descartar os antibióticos não utilizados em uma farmácia e nunca no lixo comum ou no vaso sanitário.
A campanha é liderada pelo UK Sepsis Trust, pela Sepsis Alliance e pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), com apoio financeiro da Pfizer UK Ltd e da bioMérieux S/A.
Mais informações sobre a campanha de alerta contra a resistência antimicrobiana “Não tome de forma errada” no site: https://donttakethiswrong.org/pt/
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Mais informações: Presstalk Comunicação – Assessoria de imprensa do ILAS (Instituto Latino-americano de Sepse)
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